A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) há alguns anos ganhou destaque nos ambientes corporativos, deixou de ser um diferencial para se tornar uma exigência estratégica – e o setor da saúde não é uma exceção.
Clínicas, hospitais, laboratórios e operadoras de saúde estão sendo cada vez mais cobrados por investidores, órgãos reguladores, pacientes e pela própria sociedade a adotar práticas responsáveis em relação ao meio ambiente, ao impacto social e à governança corporativa.
O que significa ESG na prática para a saúde?
1. Environmental (Ambiental): Instituições de saúde são grandes consumidoras de recursos naturais e também geram resíduos com potencial risco ambiental. A gestão adequada de resíduos hospitalares, a eficiência energética, a redução de emissão de gases e o uso racional da água são temas que ganham força.
Gestores que implementam políticas ambientais claras não apenas reduzem custos a longo prazo, mas também protegem a imagem da instituição diante de um público cada vez mais preocupado com sustentabilidade.
2. Social (Social): A dimensão social do ESG é talvez a mais sensível no setor da saúde. Ela envolve:
• Segurança e bem-estar dos pacientes;
• Condições adequadas de trabalho para os colaboradores;
• Diversidade e inclusão nas equipes;
• Relacionamento ético com comunidades locais;
• Acesso igualitário aos serviços de saúde.
Hospitais e clínicas que investem em segurança do paciente, por exemplo, reduzem eventos adversos, melhora seus indicadores assistenciais e diminui o risco de litígios, conectando a agenda social à redução de passivos jurídicos.
3. Governance (Governança):
Boa governança significa transparência, ética e responsabilidade na gestão. No setor da saúde, isso passa por:
• Cumprimento rigoroso da legislação (inclusive sanitária e regulatória);
• Prevenção de fraudes e corrupção;
• Políticas claras de compliance;
• Estruturas de governança clínica, com protocolos assistenciais baseados em evidências.
Gestores que promovem uma governança sólida criam instituições mais seguras, confiáveis e menos vulneráveis a escândalos ou sanções regulatórias.
ESG como vetor de sustentabilidade do negócio
Além de uma exigência ética e social, a agenda ESG traz impactos diretos na sustentabilidade financeira das instituições de saúde. Investidores institucionais e grandes grupos de capital estão cada vez mais atentos a indicadores ESG antes de aportar recursos.
Além disso, as próprias operadoras de planos de saúde e órgãos públicos têm valorizado clínicas e hospitais que demonstram responsabilidade socioambiental e boas práticas de gestão.
Como começar?
Para os gestores que desejam iniciar ou fortalecer a integração ESG na gestão da saúde, alguns passos práticos incluem:
• Diagnóstico interno: entender onde estão os maiores riscos e oportunidades em cada um dos pilares ESG;
• Definição de metas: criar indicadores mensuráveis e alcançáveis;
• Engajamento das lideranças: sem o apoio da alta gestão, a cultura ESG dificilmente se consolidará;
• Comunicação transparente: compartilhar avanços com colaboradores, pacientes e a sociedade.
Conclusão
A agenda ESG é, hoje, um fator estratégico para a gestão da saúde. Mais do que uma tendência de mercado, ela representa um novo padrão de responsabilidade que impacta a sustentabilidade, a reputação e até mesmo a viabilidade econômica das instituições.
Investir em ESG é investir no futuro da saúde.






